Um título um tanto complicado a primeira vista. Afinal o que é ser “liberal”?
O liberal na nossa sociedade é visto em boa pela maioria como o que de melhor a sociedade tem de oferecer, é denominação as pessoas que se dizem “mente aberta”, evitam julgar qualquer pessoas independente do seu estilo ou opções religiosas, sexuais e políticas. É o tipo de pessoas sempre adepta a mudanças, que “vive o agora” e repete como um mantra “quem vive de passado é museu”.
Assim como dizem aos quatro cantos da “patrulha conservadora” que vive “caçando” por ai, seja capitaneada por nomes como Silas Malafaia no lado religioso, ou mesmo Bolsonaro no político, existe um monstro cada dia mais forte que ataca a criatividade dos artistas ou aspirantes como eu.
Mas como assim? E quem propaga isso?
Mas como assim? E quem propaga isso?
Deveria ser ironia da minha parte, mas os próprios liberais, que por definição são agentes da tolerância e aceitação, entretanto se revelam as mesmas pessoas que hoje praticam extremismos ideológicos, e tentam resolver tudo de uma maneira um tanto questionável. Criando assim um monstro que se alimenta de politicagem, hipocrisia e falsa sensação de resolução dos problemas.
Nós tivemos uma série do Constantine, mas esse não podia fumar. Ou seja: o cara podia fazer magia negra, exorcismos, invocações, usar heroína na veia, mas uma tragada em um cigarro seria a perdição de nossas crianças.
O próprio personagem teve seu título na Vertigo cancelado e agora se converteu em cara jovem, legal e fazedor de feitiços mais fantasiosos ao estilo do Doutor Estranho. É arriscado dizer que uma obra como Preacher mesmo, talvez fosse vetada nos dias de hoje. Porque muita coisa é ofensiva para as pessoas que diziam ser a face tolerante da comunidade. Veja bem, eu não estou defendendo libertinagem, mas a tão citada liberdade que falam de boca cheia que possuímos.
O próprio personagem teve seu título na Vertigo cancelado e agora se converteu em cara jovem, legal e fazedor de feitiços mais fantasiosos ao estilo do Doutor Estranho. É arriscado dizer que uma obra como Preacher mesmo, talvez fosse vetada nos dias de hoje. Porque muita coisa é ofensiva para as pessoas que diziam ser a face tolerante da comunidade. Veja bem, eu não estou defendendo libertinagem, mas a tão citada liberdade que falam de boca cheia que possuímos.
E o mais controverso, é que esse tipo de viés ideológico não segue uma maneira lógica, mas um conceito baseado em predileção e aversão. Se amanhã mesmo, o Super-Homem fosse anunciado como sendo homossexual, e algum fã de longa data, daqueles que na infância foram ao cinema ver o “clássico” com Reeves se manifesta-se contra, logo esse individuo seria visto como uma célula anômala que foge do sistema. Seria ridicularizado, por vezes ofendido, tudo isso claro, em nome da “liberdade de expressão”. Até hoje lembro um dia uma situação que aconteceu comigo há uns dois anos. Estava eu pelo Facebook e entrei em uma página de quadrinhos. Depois de um tempo navegando, vi uma imagem do Super-Homem beijando o Batman. Em meio a comentários de aplauso, eu reforcei um comentário desaprovando, que na minha opinião esse tipo de coisa não aconteceria. Isso era uma simples opinião, não xinguei, não denunciei, não mandei xingar, foi apenas uma leve discordância, algo que até mesmo você lendo isso pode fazer em relação a esse texto. Quando eu menos espero, vem umas trinta pessoas me xingarem, dizendo que eu era homofóbico, um deles lá disse que era casado com outro cara e que eu estava tentando destruir sua família (??!), outro colocou uma imagem do Rorscharch fazendo sexo com o Coruja, e assim se seguiu, só que sem direito a defesa, já que bloquearam que eu comenta-se, foi apenas um julgamento ao estilo “The Trial”.
Discordar é normal, não concordam comigo, tudo bem, vamos discutir nossos pontos de vista. Não é porque você lê mais Marvel e eu DC que devemos ser inimigos e trocar tapas na rua.
Discordar é normal, não concordam comigo, tudo bem, vamos discutir nossos pontos de vista. Não é porque você lê mais Marvel e eu DC que devemos ser inimigos e trocar tapas na rua.
Hoje mesmo descobri que meu desenho foi censurado, esse desenho aqui:
Perguntei o por que. Seria por se tratar de um mafioso? De eu errar a proporção da gravata e parecer que ele segurava uma faca? Foi algo na “historinha”? Teve haver com o fato dele ter sido espancado? Não! Mas porque ele tinha um cigarro na boca, e isso é uma apologia totalmente errada. Me explicaram que nos filmes e até mesmo novelas, isso cada vez é algo mais inconcebível. Que houve queixa de vários pais dizendo que isso era algo totalmente ofensivo. De fato o mundo é um local engraçado. Vamos nos colocar na pele vagamente de uma criança de 10 anos e o que ela possui:
# What´s App para receber nudes, ou mesmo celular e PC com internet para ver pornografia e começar a masturbação precocemente, podendo acarretar até mesmo problemas psicológicos dependendo da fragilidade do mesmo.
# Video Games como Play Station 3 ou 4, que por definição, é voltado para o publico adulto por boa parte de seus jogos terem sexo, violência e linguagem chula.
# Palavrões falado logo cedo, bem como nenhuma inocência com as “coisas de adulto”.
Acesso a séries como “The Walking Dead”, “Game of Thones”, ou mesmo as novelas que nem mesmo preciso comentar sobre o que falam hoje em dia...
Mas eu acabo corromper todo mundo, com um cigarro... Antigamente se usava uma maçã, mas hoje é um cigarro, e eu nem mesmo fumo, se eu fuma-se talvez pudesse ser classificado como aliciador. Estamos ai, na sarjeta, nós admiradores de Hollywood e suas revoluções nos anos 70, fãs da contra cultura representada no Rock progressivo ou mesmo nos quadrinhos da Vertigo. Nós somos o câncer em um ambiente cada vez mais simplório, vítima de um mundo que não precisa ler para tirar conclusões, um mundo cada vez mais “instantâneo” onde milhares de informações são transpostas em segundos, e de maneira pueril contempladas por essas pessoas. Como diria Roger Walter em “The Trial” ainda em 79:
“Bom dia, verme sua excelência
A coroa pretende mostrar que
O prisioneiro que agora está diante de você
Foi pego em flagrante mostrando sentimentos
Mostrando sentimentos de uma natureza quase humana
Este não serve
Chame o professor
Sempre disse que não daria boa coisa
No final, excelência
Se me deixassem fazer à minha maneira
Eu o colocaria na linha
Mas minhas mãos estavam atadas
Os mais sensíveis e os artistas
Perdoavam-lhe tudo
Deixe-me martela-lo hoje?
Louco
Macacos me mordam eu sou louco
Fui fisgado mesmo
Deveriam ter tomado minhas bolinhas de gude
(Louco, macacos me mordam, ele está louco)
Seu bostinha agora você está nessa
Tomara que eles joguem a chave fora
Você deveria ter falado mais vezes comigo
Mas, não!tinha que ser
Do seu jeito,
Destruiu muitos
Lares ultimamente?
Apenas cinco minutos, verme sua excelência
Ele e eu, sozinhos
Filhinho
Vem com a mamãe filhinho, deixe-me segurá-lo
Em meus braços
Senhor nunca quis que ele causasse
Algum problema
Por que tinha que me deixar?
Verme, sua excelência, deixe-me levá-lo para casa
Louco
Por trás do arco-íris, eu sou louco
Grades na janela
Deveria haver uma porta no muro
Por onde entrei!
Louco, por trás do arco-íris, ele é louco
A prova apresentada à corte é
Incontestável, não há necessidade do
Júri se retira
Em todos meus anos de magistrado
Nunca ouvi de um caso
De alguém que merecesse tanto
A pena máxima da lei
A forma como fez sofrer
Sua mãe e sua primorosa esposa
Me enche de vontade de defecar
Vai nessa juiz! Cague nele
Desde que, meu amigo, você revelou seu
Medo mais profundo
Eu lhe sentencio a se expor
Aos seus semelhantes
Derrubem o muro!!!”