O ator americano Ben Affleck, defensor dos Direitos Humanos, solicitou aos produtores de um programa que investigava sobre suas origens para não revelarem que um de seus antepassados tinha escravos, segundo um e-mail revelado pelo WikiLeaks.
Este e-mail é parte de uma série de mensagens embaraçosas reveladas após o ciberataque contra a Sony Pictures em 2014 e publicado na quinta-feira (16) pelo WikiLeaks.
Na mensagem, o diretor-geral da Sony, Michael Lynton, e o professor de Harvard e apresentador do programa "Finding your Roots" - que rastreia as origens dos famosos convidados -, Henry Louis Gates, trocam opiniões sobre uma solicitação de Ben Affleck de não mencionar durante o programa que um de seus ancestrais teria escravos.
"Este é meu dilema", escreve Gates. "A título confidencial, pela primeira vez, um de nossos convidados pediu que não fosse mencionada uma informação sobre um de seus antepassados, o fato que teria escravos (...) Nunca antes alguém havia tentado censurar o que havíamos descoberto. Trata-se de uma super estrela. O que faremos?", pergunta.
Lynton aconselha Gates a censurar esta informação por temer que isso "comprometeria a integridade" do ator. Por fim, o programa não fez referência ao antepassado de Ben Affleck.
Gates "e seus produtores têm uma pauta editorial independente, para conversar sobre as histórias mais interessantes", afirmou em resposta o canal PBS, que transmite o programa, em um comunicado.
Affleck, que interpretará o super-herói Batman em 2016, não é a primeira vítima do hackeamento informático da Sony. Em e-mails publicados anteriormente, um diretor descreve a atriz Angelina Jolie como uma "criança mimada com pouco talento", e em outros podem ser encontrados comentários racistas contra o presidente americano Barack Obama.